quinta-feira, 29 de março de 2012

Voz cantada e a relação mãe-bebê

O uso criativo da voz cantada, ou seja, a exploração do repertório musical da mãe, com variações rítmicas e modificações na ressonância, projeção, pitch (sensação de freqüência: grave/agudo) e loudness (sensação subjetiva da intensidade: forte/fraco) tem fundamental influência como estímulo e aproximação na relação da mãe-bebê.

É importante a mãe realizar adaptações em sua fala para chamar a atenção de seu bebê, facilitando a interação e construção do vínculo. A voz materna, desde o nascimento da criança, apresenta uma intensidade mais forte do que a usual e uma modulação caracterizando sua qualidade vocal como mais aguda e “doce”.

Foi realizado um estudo sobre o relato da intervenção terapêutica que visou a integração corpo e voz (principalmente voz cantada), junto a uma mãe que não conseguia estabelecer vínculo com seu bebê recém nascido, e sofria dores corporais e perda da voz todas as vezes que tentava se comunicar com o seu bebê. O recém-nascido chorava muito, várias vezes ao dia. Além disso, a mãe apresentou disfonia (alteração vocal) após o parto.

O tratamento transcorreu em oito sessões com terapia vocal e corporal. Na fonoterapia realizada pela fonoaudióloga, utilizou-se recursos sonoros da voz cantada, cantigas de ninar e músicas do repertório da mãe.

O resultado após a terapia vocal mostrou que a mãe conseguiu estabelecer mais contato com o seu bebê de modo prazeroso, devido à qualidade vocal adquirida, bem como uma melhor articulação e projeção vocal, fazendo com que não houvesse mais a perda vocal no momento da comunicação com seu bebê. O canto entoado pela mãe teve efeito calmante para o bebê. Toda vez que ela cantava uma melodia ou uma canção, ele parava de chorar. Parecia que ele reconhecia e necessitava daquela voz para se identificar e com isso se sentir seguro e protegido, fator primordial na constituição de uma personalidade saudável.

Percebe-se que as entoações melódicas propiciaram à mãe melhores variações rítmicas com modificações na ressonância vocal e movimentos corporais, que serviram para embalar o bebê e garantir sensação de conforto e de prazer recíprocos. O estudo apresentado evidencia a importância da voz na constituição da relação mãe-bebê, que se fez presente no uso criativo da voz cantada da mãe durante a comunicação com o seu filho.

http://www.fonoque.com/


Palavras-Chave: Fonoaudiologia; Voz Cantada; Relação mãe-bebê; Disfonia.



Referência Bibliográfica

MELLO, Enio Lopes; MAIA, Suzana Magalhães; SILVA, Marta Assumpção de Andrada. Voz cantada e a constituição da relação mãe-bebê. Revista CEFAC, São Paulo, v.11, n.1, p.127-136, jan./mar. 2009.

terça-feira, 13 de março de 2012

Como sair-se bem falando em público


  • Determinar a natureza da informação a ser passada é importante. Escreva mesmo que tenha tudo em mente. Num papel, pode-se visualizar com o quê as palavras se parecem quando em sentenças. Determine a chave da mensagem. Se o público puder levar apenas uma coisa da apresentação, o que você quer que seja?
  • Deve-se lembrar que a simples “recitação” de fatos e figuras é o beijo da morte na fala em público. Você sempre deve contar uma estória, e o que importa é o quão bem se conta.
  • Seu discurso no papel deve ser deixado de lado na hora da apresentação. Ler um discurso palavra-por-palavra tira credibilidade e prejudica o contato de olho. Mas, memorizar um discurso também é perigoso e freqüentemente soa artificial. Sugere-se a criação de pontos a serem trabalhados. Será mais sincero.
  • Nunca se pode garantir que um discurso esteja pronto para a estréia se ele não foi ensaiado. Preferencialmente isso deve ser feito diante de pessoas amigas ou “coach”.
  • Na frente da platéia: lembre-se que você não está falando para, por exemplo, 300 pessoas. É uma pessoa multiplicada por 300. Assim, se você conseguir contar sua estória e convencer uma pessoa, você estará no comando da atenção de qualquer pessoa no auditório. Isso não só ajuda a criar uma atmosfera que faz com que a mensagem soe convincente, mas também ajuda na redução de tensão e medos.
  • Observe seu interlocutor atentamente, principalmente nos primeiros minutos da conversa. Isso inclui gestos, olhares e fala. Só assim, você poderá conhece-lo rapidamente e, então, traçar uma estratégia de conquista da confiança.
Fonte
Dayton Fandray
“Making the most of public speaking”
(Revista Continental Airlines, 2000)

terça-feira, 6 de março de 2012

TÉCNICAS FONOARTICULATÓRIAS PARA O PROFISSIONAL DA VOZ

Confiram o artigo TÉCNICAS FONOARTICULATÓRIAS
PARA O PROFISSIONAL DA VOZ- PHONEARTICULATORS TECHNICS FOR THE VOICE PROFESSIONAL,de Fabíola Moura Reis dos Santos'e Vicente José Assencio-Ferreira.VALE A PENA!


http://www.cefac.br/revista/revista31/Artigo%206.pdf

segunda-feira, 5 de março de 2012

HáBITOS NOCIVOS à SAúDE VOCAL


Os principais hábitos nocivos: 

Pigarrear
O ato de pigarrear é um atrito entre as pregas vocais; este roçar forte e agressivo pode contribuir para o aparecimento de alterações nas pregas vocais, pois o atrito provoca irritação e descamação do tecido.

Falar muito
O excesso de fala, principalmente em emissão continuada é prejudicial para a laringe, pois submete o aparelho vocal a um esforço prolongado; nessas situações, o risco de se desenvolver uma lesão é também maior. Quando o uso continuado de fala ou canto se fizer necessário, procure, em seguida, descansar a voz pelo mesmo período.

Falar cochichando ou sussurrando
Embora, aparentemente, cochichar ou sussurrar possa sugerir relaxamento das pregas vocais, na verdade este é um ato de extrema força que pode, até mesmo, ser mais lesivo que falar com a sonoridade habitual.

Gritar
Falar em voz muito forte ou gritar é utilizar a laringe em sua força máxima; evidentemente, o desgaste é maior e bem mais rápido nessas situações, cansando a voz rapidamente e aumentando o risco do aparecimento de lesões na superfície das pregas vocais, ou até mesmo de hemorragias submucosas. Os gritos devem ficar restritos à situações absolutamente necessárias.

Realizar competição sonora
Falar em locais barulhentos constitui competição sonora, ou seja, você tende  a elevar o volume de voz num esforço para se comunicar, na tentativa reflexa de vencer o ruído do fundo; o pior de tudo é que você geralmente nem percebe o quanto está se esforçando.

Falar fora de sua freqüência habitual
Todos apresentamos uma freqüência de voz que nos identifica e que é chamada de freqüência habitual. Enquanto falamos ou cantamos estamos constantemente variando a freqüência de nossa emissão, porém existe um valor médio onde nossa voz se situa. Alguns cantores tendem a usar a freqüência do canto (geralmente mais aguda) na própria fala, o que representará um abuso vocal, além de soar artificial. Procure usar sua voz, do modo mais natural possível, fora das apresentações.

Imitar sons, vozes e ruídos
Alguns cantores, pelo controle vocal desenvolvido, ou mesmo por dom, apresentam facilidade de imitar sons, vozes de outras pessoas e ruídos. É muito difícil fazer essas manobras e ruídos vocais sem lesar o aparelho fonador, o que determina que a maioria dos imitadores fiquem com sensação de ardor e irritação após acabar suas imitações. Desta forma, se você não tem certeza de que consegue fazer imitações sem se prejudicar, evite-as.

Ingerir cafeína em excesso
A cafeína é encontrada no café, nos chás de ervas e também em refrigerantes dietéticos; além de estimulante, a cafeína favorece o refluxo gastroesofágico, ou seja, o líquido ácido do estômago vem em forma de jato, como uma azia, para na boca, podendo ser desviado para a laringe. O refluxo, por sua composição química, é extremamente irritante para as sensíveis mucosas da laringe. Se você tem o hábito de cafezinhos freqüentes, use o descafeinado.

Ambientes secos
A redução da umidade do ar causa o ressecamento do trato vocal, induzindo uma produção de voz com esforço e tensão. É como se um sistema mecânico altamente potente tivesse que funcionar sem lubrificação de seus componentes. Se sua permanência em locais com ambiente seco (por exemplo, ao viajar para cidades cuja umidade relativa do ar é pequena, ambientes com ar condicionado etc.) for inevitável, procure se hidratar tomando vários copos com água em temperatura ambiente.

Descanso inadequado
Cantar é um ato de extremo gasto energético e os cantores chegam até mesmo a perder peso durante as apresentações. A energia da laringe é recuperada através do descanso, mais especificamente através do sono. A voz nunca está boa depois de uma noite maldormida. A laringe recarrega sua energia principalmente através do descanso. Programe-se para dormir o suficiente.

Estresse
Um certo estresse é positivo para o canto, pois estresse nada mais significa do que mobilização de energia; porém, o estresse excessivo é negativo (conhecido tecnicamente por distresse) e prejudica a emissão, o que se observa através de cansaço vocal, falta de resistência, rouquidão e - ar na voz -; também pode ocorrer perda de notas da tessitura.

Fumo
É de conhecimento comum que o fumo é altamente nocivo para a laringe, principalmente para cantores. Entre tantos outros efeitos, o fumo causa irritação direta no trato vocal, pigarro, inflamação da região laríngea, tosse e aumento da secreção viscosa. Lembre-se de que existe uma alta correlação entre o tabagismo e o desenvolvimento do câncer, particularmente na laringe e nos pulmões. Aconselhamos os cantores a abandonarem este hábito, considerando não só a saúde vocal, mas a qualidade de vida como um todo.

Álcool
Os líquidos não passam pela laringe, mas o álcool, principalmente os destilados (pinga, vodca e uísque), estão intimamente associados ao desenvolvimento do câncer. O consumo freqüente de bebidas alcoólicas provoca edema, inchaço das pregas vocais e irritação de toda laringe. O álcool fermentado (vinho e cerveja) é o menos irritante. Evite beber antes de cantar. Abandone o mito de que um conhaque antes de cantar melhora a voz.

Mudanças constantes de professor de canto
É sempre importante freqüentar aulas de canto, mesmo se você já se considera um cantor pronto e formado. Nós não nos ouvimos como os outros nos ouvem e, além de toda a instrução técnica do professor de canto, ele representa um ouvido exterior confiável para lhe oferecer uma avaliação de como anda realmente a sua voz. Faça aulas periódicas e, principalmente, procure não ficar mudando de professor o tempo todo, em busca de progressos rápidos e espetaculares. Os professores usam recursos diferentes e mudar constantemente de linha de aprendizado pode prejudicar a voz. A construção de uma voz cantada é um processo de desenvolvimento lento que exige paciência e dedicação.

Os principais hábitos nocivos:

  Pigarrear
O ato de pigarrear é um atrito entre as pregas vocais; este roçar forte e agressivo pode contribuir para o aparecimento de alterações nas pregas vocais, pois o atrito provoca irritação e descamação do tecido.

Falar muito
O excesso de fala, principalmente em emissão continuada é prejudicial para a laringe, pois submete o aparelho vocal a um esforço prolongado; nessas situações, o risco de se desenvolver uma lesão é também maior. Quando o uso continuado de fala ou canto se fizer necessário, procure, em seguida, descansar a voz pelo mesmo período.

Falar cochichando ou sussurrando
Embora, aparentemente, cochichar ou sussurrar possa sugerir relaxamento das pregas vocais, na verdade este é um ato de extrema força que pode, até mesmo, ser mais lesivo que falar com a sonoridade habitual.

Gritar
Falar em voz muito forte ou gritar é utilizar a laringe em sua força máxima; evidentemente, o desgaste é maior e bem mais rápido nessas situações, cansando a voz rapidamente e aumentando o risco do aparecimento de lesões na superfície das pregas vocais, ou até mesmo de hemorragias submucosas. Os gritos devem ficar restritos à situações absolutamente necessárias.

Realizar competição sonora
Falar em locais barulhentos constitui competição sonora, ou seja, você tende  a elevar o volume de voz num esforço para se comunicar, na tentativa reflexa de vencer o ruído do fundo; o pior de tudo é que você geralmente nem percebe o quanto está se esforçando.

Falar fora de sua freqüência habitual
Todos apresentamos uma freqüência de voz que nos identifica e que é chamada de freqüência habitual. Enquanto falamos ou cantamos estamos constantemente variando a freqüência de nossa emissão, porém existe um valor médio onde nossa voz se situa. Alguns cantores tendem a usar a freqüência do canto (geralmente mais aguda) na própria fala, o que representará um abuso vocal, além de soar artificial. Procure usar sua voz, do modo mais natural possível, fora das apresentações.

Imitar sons, vozes e ruídos
Alguns cantores, pelo controle vocal desenvolvido, ou mesmo por dom, apresentam facilidade de imitar sons, vozes de outras pessoas e ruídos. É muito difícil fazer essas manobras e ruídos vocais sem lesar o aparelho fonador, o que determina que a maioria dos imitadores fiquem com sensação de ardor e irritação após acabar suas imitações. Desta forma, se você não tem certeza de que consegue fazer imitações sem se prejudicar, evite-as.

Ingerir cafeína em excesso
A cafeína é encontrada no café, nos chás de ervas e também em refrigerantes dietéticos; além de estimulante, a cafeína favorece o refluxo gastroesofágico, ou seja, o líquido ácido do estômago vem em forma de jato, como uma azia, para na boca, podendo ser desviado para a laringe. O refluxo, por sua composição química, é extremamente irritante para as sensíveis mucosas da laringe. Se você tem o hábito de cafezinhos freqüentes, use o descafeinado.

Ambientes secos
A redução da umidade do ar causa o ressecamento do trato vocal, induzindo uma produção de voz com esforço e tensão. É como se um sistema mecânico altamente potente tivesse que funcionar sem lubrificação de seus componentes. Se sua permanência em locais com ambiente seco (por exemplo, ao viajar para cidades cuja umidade relativa do ar é pequena, ambientes com ar condicionado etc.) for inevitável, procure se hidratar tomando vários copos com água em temperatura ambiente.

Descanso inadequado
Cantar é um ato de extremo gasto energético e os cantores chegam até mesmo a perder peso durante as apresentações. A energia da laringe é recuperada através do descanso, mais especificamente através do sono. A voz nunca está boa depois de uma noite maldormida. A laringe recarrega sua energia principalmente através do descanso. Programe-se para dormir o suficiente.

Estresse
Um certo estresse é positivo para o canto, pois estresse nada mais significa do que mobilização de energia; porém, o estresse excessivo é negativo (conhecido tecnicamente por distresse) e prejudica a emissão, o que se observa através de cansaço vocal, falta de resistência, rouquidão e - ar na voz -; também pode ocorrer perda de notas da tessitura.

Fumo
É de conhecimento comum que o fumo é altamente nocivo para a laringe, principalmente para cantores. Entre tantos outros efeitos, o fumo causa irritação direta no trato vocal, pigarro, inflamação da região laríngea, tosse e aumento da secreção viscosa. Lembre-se de que existe uma alta correlação entre o tabagismo e o desenvolvimento do câncer, particularmente na laringe e nos pulmões. Aconselhamos os cantores a abandonarem este hábito, considerando não só a saúde vocal, mas a qualidade de vida como um todo.

Álcool
Os líquidos não passam pela laringe, mas o álcool, principalmente os destilados (pinga, vodca e uísque), estão intimamente associados ao desenvolvimento do câncer. O consumo freqüente de bebidas alcoólicas provoca edema, inchaço das pregas vocais e irritação de toda laringe. O álcool fermentado (vinho e cerveja) é o menos irritante. Evite beber antes de cantar. Abandone o mito de que um conhaque antes de cantar melhora a voz.

Mudanças constantes de professor de canto
É sempre importante freqüentar aulas de canto, mesmo se você já se considera um cantor pronto e formado. Nós não nos ouvimos como os outros nos ouvem e, além de toda a instrução técnica do professor de canto, ele representa um ouvido exterior confiável para lhe oferecer uma avaliação de como anda realmente a sua voz. Faça aulas periódicas e, principalmente, procure não ficar mudando de professor o tempo todo, em busca de progressos rápidos e espetaculares. Os professores usam recursos diferentes e mudar constantemente de linha de aprendizado pode prejudicar a voz. A construção de uma voz cantada é um processo de desenvolvimento lento que exige paciência e dedicação.


Os principais hábitos nocivos:


Pigarrear

O ato de pigarrear é um atrito entre as pregas vocais; este roçar forte e agressivo pode contribuir para o aparecimento de alterações nas pregas vocais, pois o atrito provoca irritação e descamação do tecido.


Falar muito

O excesso de fala, principalmente em emissão continuada é prejudicial para a laringe, pois submete o aparelho vocal a um esforço prolongado; nessas situações, o risco de se desenvolver uma lesão é também maior. Quando o uso continuado de fala ou canto se fizer necessário, procure, em seguida, descansar a voz pelo mesmo período.


Falar cochichando ou sussurrando

Embora, aparentemente, cochichar ou sussurrar possa sugerir relaxamento das pregas vocais, na verdade este é um ato de extrema força que pode, até mesmo, ser mais lesivo que falar com a sonoridade habitual.


Gritar

Falar em voz muito forte ou gritar é utilizar a laringe em sua força máxima; evidentemente, o desgaste é maior e bem mais rápido nessas situações, cansando a voz rapidamente e aumentando o risco do aparecimento de lesões na superfície das pregas vocais, ou até mesmo de hemorragias submucosas. Os gritos devem ficar restritos à situações absolutamente necessárias.


Realizar competição sonora

Falar em locais barulhentos constitui competição sonora, ou seja, você tende  a elevar o volume de voz num esforço para se comunicar, na tentativa reflexa de vencer o ruído do fundo; o pior de tudo é que você geralmente nem percebe o quanto está se esforçando.


Falar fora de sua freqüência habitual

Todos apresentamos uma freqüência de voz que nos identifica e que é chamada de freqüência habitual. Enquanto falamos ou cantamos estamos constantemente variando a freqüência de nossa emissão, porém existe um valor médio onde nossa voz se situa. Alguns cantores tendem a usar a freqüência do canto (geralmente mais aguda) na própria fala, o que representará um abuso vocal, além de soar artificial. Procure usar sua voz, do modo mais natural possível, fora das apresentações.


Imitar sons, vozes e ruídos

Alguns cantores, pelo controle vocal desenvolvido, ou mesmo por dom, apresentam facilidade de imitar sons, vozes de outras pessoas e ruídos. É muito difícil fazer essas manobras e ruídos vocais sem lesar o aparelho fonador, o que determina que a maioria dos imitadores fiquem com sensação de ardor e irritação após acabar suas imitações. Desta forma, se você não tem certeza de que consegue fazer imitações sem se prejudicar, evite-as.


Ingerir cafeína em excesso

A cafeína é encontrada no café, nos chás de ervas e também em refrigerantes dietéticos; além de estimulante, a cafeína favorece o refluxo gastroesofágico, ou seja, o líquido ácido do estômago vem em forma de jato, como uma azia, para na boca, podendo ser desviado para a laringe. O refluxo, por sua composição química, é extremamente irritante para as sensíveis mucosas da laringe. Se você tem o hábito de cafezinhos freqüentes, use o descafeinado.


Ambientes secos

A redução da umidade do ar causa o ressecamento do trato vocal, induzindo uma produção de voz com esforço e tensão. É como se um sistema mecânico altamente potente tivesse que funcionar sem lubrificação de seus componentes. Se sua permanência em locais com ambiente seco (por exemplo, ao viajar para cidades cuja umidade relativa do ar é pequena, ambientes com ar condicionado etc.) for inevitável, procure se hidratar tomando vários copos com água em temperatura ambiente.


Descanso inadequado

Cantar é um ato de extremo gasto energético e os cantores chegam até mesmo a perder peso durante as apresentações. A energia da laringe é recuperada através do descanso, mais especificamente através do sono. A voz nunca está boa depois de uma noite maldormida. A laringe recarrega sua energia principalmente através do descanso. Programe-se para dormir o suficiente.


Estresse

Um certo estresse é positivo para o canto, pois estresse nada mais significa do que mobilização de energia; porém, o estresse excessivo é negativo (conhecido tecnicamente por distresse) e prejudica a emissão, o que se observa através de cansaço vocal, falta de resistência, rouquidão e - ar na voz -; também pode ocorrer perda de notas da tessitura.


Fumo

É de conhecimento comum que o fumo é altamente nocivo para a laringe, principalmente para cantores. Entre tantos outros efeitos, o fumo causa irritação direta no trato vocal, pigarro, inflamação da região laríngea, tosse e aumento da secreção viscosa. Lembre-se de que existe uma alta correlação entre o tabagismo e o desenvolvimento do câncer, particularmente na laringe e nos pulmões. Aconselhamos os cantores a abandonarem este hábito, considerando não só a saúde vocal, mas a qualidade de vida como um todo.


Álcool

Os líquidos não passam pela laringe, mas o álcool, principalmente os destilados (pinga, vodca e uísque), estão intimamente associados ao desenvolvimento do câncer. O consumo freqüente de bebidas alcoólicas provoca edema, inchaço das pregas vocais e irritação de toda laringe. O álcool fermentado (vinho e cerveja) é o menos irritante. Evite beber antes de cantar. Abandone o mito de que um conhaque antes de cantar melhora a voz.


Mudanças constantes de professor de canto

É sempre importante freqüentar aulas de canto, mesmo se você já se considera um cantor pronto e formado. Nós não nos ouvimos como os outros nos ouvem e, além de toda a instrução técnica do professor de canto, ele representa um ouvido exterior confiável para lhe oferecer uma avaliação de como anda realmente a sua voz. Faça aulas periódicas e, principalmente, procure não ficar mudando de professor o tempo todo, em busca de progressos rápidos e espetaculares. Os professores usam recursos diferentes e mudar constantemente de linha de aprendizado pode prejudicar a voz. A construção de uma voz cantada é um processo de desenvolvimento lento que exige paciência e dedicação.
CEV-Centro de Estudos da Voz

sexta-feira, 2 de março de 2012

ORIENTAçõES A CANTORES

Lembretes gerais

Cuide de sua saúde geral – Manter-se em boas condições de saúde geral auxilia a produção da voz, quer seja cantada ou falada. São raros os indivíduos doentes que mantém boa emissão vocal.

Mantenha uma dieta balanceada - Todas as funções especiais do corpo, e o canto é uma função especial, requerem grande porte energético; mantenha uma dieta balanceada e evite excesso de gorduras e alimentos muito condimentados, o que lentifica o processo digestivo e limita a excursão respiratória.

Aqueça e desaqueça a voz antes e depois das apresentações – Lembre-se que o ajuste para a voz cantada é diferente do ajuste para a voz falada; assim, a voz cantada deve ser usada unicamente nas situações de canto.

Lembretes para jovens cantores
Evite cantar nos extremos de sua tessitura, tanto em notas muito agudas como em muito graves, para não forçar precocemente sua emissão. Trabalhe sobre um repertório adequado às suas possibilidades e ao seu preparo. Algumas vozes levam anos para serem corretamente classificadas. Se sua voz não tem uma qualidade especificamente definida, pode ser que a classificação vá demorar algum tempo, o importante é não exigir mais do que suas condições vocais podem corresponder, sob risco de se desenvolver lesões nas pregas vocais.

Lembretes para as cantoras
Quando possível, evite cantar ou vocalizar com muito esforço no período pré-menstrual, geralmente de 1 a 3 dias antes da menstruação, e durante a menstruação. Não são todas as mulheres que apresentam alterações vocais e laríngeas nesse período, mas a tendência é de haver edema (inchaço) generalizado no corpo e também localizado na laringe. Além disso, há uma maior fragilidade nos capilares sanguíneos, o que favorece lesões hemorrágicas. Isto significa que durante este período é mais comum se desenvolverem pequenas alterações sobre as pregas vocais, ou ainda, tornarem-se mais acentuadas as já existentes. Os nódulos vocais, popularmente chamados de “calos”, podem, até mesmo dobrar o seu tamanho. A voz tende a ser mais soprosa, com ar na emissão, e as notas agudas são alcançadas com maior esforço.

Evite também cantar a partir do sétimo mês de gestação, pois além do edema associado a esta condição, a respiração pode se tornar muito superficial e limitada devido à expansão abdominal, que dificulta a movimentação do diafragma.


CEV-Centro de Estudos da Voz

quinta-feira, 1 de março de 2012

MITOS SOBRE A VOZ CANTADA


A área da voz humana é rica em mitos, devido não somente à natureza artística que a envolve, mas também por ela ser um produto considerado abstrato, quase etéreo, por vezes divino. Esta concepção e o atraso da ciência na compreensão e explicação da produção da voz fizeram com que vários mitos se perpetuassem até nossos dias.
1. Aprender a respirar e a cantar com o diafragmaO diafragma, um músculo muito importante na respiração, apresenta forma de guarda-chuva aberto e separa o pulmão da cavidade abdominal. Na inspiração o diafragma se retifica com a entrada do ar e massageia as vísceras, porém não se respira com e nem pelo diafragma e também não se canta pelo mesmo.

Na verdade o que o aluno de canto aprende é controlar melhor o fluxo de ar que sai dos pulmões em direção à laringe e às pregas vocais.

2. Nunca respirar pela boca
A cavidade nasal é a entrada preferencial do ar para dentro do corpo. No nariz, o ar é purificado, aquecido e umidecido, usando nesta tarefa, uma série de cílios (pêlos) e reentrâncias (coanas) por onde o ar passa em redemoinhos. Por outro lado, a respiração bucal é mais rápida e direciona maior quantidade para dentro dos pulmões num tempo mais curto, já que o trajeto a ser percorrido é menor e a porta de entrada maior. Assim sendo, durante o canto ou a conversa em frases rápidas, é impraticável respirar apenas pelo nariz, o que nos leva à respiração buco-nasais, com entradas bucais nas emissões que se sucedem rapidamente e entradas nasais nas pausas longas.


3. Não usar falsete, pois é uma voz falsa e faz mal. Além disso, mulheres não têm falsete.
Falsete é o modo de se emitir a voz. Esse conceito está associado à noção de registros vocais. Em relação à voz, registro refere-se aos diversos modos de se emitir os sons da tessitura. De modo geral reconhece-se a existência de três registros: o basal, o modal e o elevado. O falsete é um dos sub-registros que compõe o registro elevado, que é o das notas mais agudas da tessitura. Este nome não quer dizer que a voz soe falsa ou que seja produzida por outras estruturas que não as pregas vocais. Falsete vem de falsa voz feminina, pois alguns homens cantavam em falsete na idade média, quando não se permitia que as mulheres participassem de coros religiosos. Na emissão em falsete as pregas vocais estão alongadas, porém com pouca tensão. A mudança para o falsete corresponde a uma necessidade fisiológica de se prosseguir numa escala musical em ascendente.

4. Não apresentar zonas de passagem de registro
Existem regiões intermediárias entre os registros vocais, quer seja entre o basal e o modal, ou entre o modal e o elevado nas quais ocorrem as principais mudanças nas ações musculares. Essas regiões são conhecidas como zonas ou notas de passagem. Alguns cantores não mostram suas notas de passagem, enquanto outros apresentam verdadeiras quebras de sonoridade entre a última nota de um registro e a primeira nota do registro seguinte. Na verdade, a mudança entre os ajustes musculares sempre ocorre, o que varia é o quanto ela é evidente ou não para o ouvinte.

5. Gargarejar com uísque ou similares antes dos ensaios e apresentações
Alguns cantores têm o hábito de gargarejar bebidas alcoólicas ou até mesmo de tomar uma dose para “esquentar” a voz antes de ensaios ou apresentações. Essas pessoas geralmente referem que fica mais fácil cantar sob o efeito do álcool. A ação imediata do álcool sobre as paredes da boca e da faringe é o de uma anestesia temporária, o que significa que as sensações nessa região ficam reduzidas. Assim, todo o esforço que se pode estar fazendo para cantar não é percebido e o cantor pode erroneamente acreditar que está cantando melhor. Além disso, o efeito do álcool sobre o sistema nervoso nos deixa mais desinibidos, mais soltos e, portanto, o medo de uma apresentação pode diminuir. Contudo, a partir de uma segunda dose (ou até mesmo da primeira, em pessoas mais sensíveis) pode-se perder o controle fino da afinação e do volume de voz, produzindo-se também uma articulação pouco precisa e com desvios nos sons da fala. A qualidade vocal fica pastosa, comprometida para o canto. Um outro fator importante é o edema (inchaço) nas pregas vocais causado pela ingestão de várias doses de bebida, principalmente destiladas.
6. Usar spraysMedicações em forma de spray devem ser usadas apenas quando prescritas pelo médico e em casos específicos, como por exemplo, de inflamações das vias aéreas, situações onde se deve evitar o uso da voz cantada. Cantar quando não se está em condições de saúde vocal pode ser muito arriscado e corre-se um alto risco de se produzir lesões no aparelho fonador, incluindo edema e disfonias hemorrágicas das pregas vocais. Tais fórmulas em spray geralmente incluem um componente analgésico e anestésico que atua como o álcool sobre as paredes da boca e da faringe. Tais preparados, por serem apresentados em forma de aerosol, chegam a atingir a laringe e os pulmões, podendo reduzir as próprias sensações da laringe e da árvore respiratória, o que prejudica ainda mais o canto.

7. Chupar pastilhas para limpar a voz e a garganta
As pastilhas quando possuem o componente anestésico, apresentam os mesmo inconvenientes causados pelo uso de spray. Quando há presença elevada de cítricos (limão ou laranja), ou ainda em versão dietética, pode haver ressecamento do trato vocal e portanto devem ser evitadas.

8. Mastigar gengibre
Embora muito usado no meio do canto popular e no teatro, não existe nenhum estudo científico sobre sua eficácia. Do mesmo modo, não há estudos controlados sobre os componentes e os efeitos da própolis, porém, parece haver ação antiinflamatória e lubrificante da boca e da faringe.

9. Tomar mel com limão e similares
A combinação de mel e limão ou vinagre e sal é muito utilizada, contudo devem ser evitadas. O mel, consumido de modo isolado, é um lubrificante das caixas de ressonância superiores, a faringe e a boca, mas o limão, o vinagre e o sal ressecam as mucosas, e não devem ser usados com objetivos vocais.

Caso deseje experimentar as receitas caseiras que lhe são sugeridas, procure verificar, de modo crítico, quais os efeitos produzidos em seu aparelho fonador e em sua voz; porém, não faça tais testes antes das apresentações, a fim de evitar surpresas desagradáveis.



CEV- Centro de estudos da voz